terça-feira, 22 de setembro de 2015

Semana da Esquizofrenia




A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. Sua frequência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas, havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos.
 
Sintomas
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico.  Os principais sintomas são:
1. delírios: são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.
2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão ordens de como agir em determinada circunstância. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia.
3. alterações do pensamento: as ideias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela. 
4. alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente que o cerca.
5. diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente. 
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos. 

Causa
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética mostram que algum paciente tem pequenas alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença. 

Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença. Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia.

Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse, isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia. 

SERVIÇO:
Dr. Leonard Verea – médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especializado em Medicina Psicossomática e Hipnose Clínica e Dinâmica.
É membro ativo em diversas entidades nacionais e internacionais, como:
·         CID-CNV Istituto di Psicologia Analogica e di Ipnosi Dinamica;
·         SIMP – Societá Italiana di Medicina Psicossomática, Itália;
·         ABP- Associação Brasileira de Psiquiatria;
·         ABMP – Associação Brasileira de Medicina Psicossomática;
·         Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo;
·         Sociedade Brasileira de Hipnose;
·         ANAMT- Associação Nacional Medicina do Trabalho;
·         Participa entre outros, do Grupo de Estudos sobre Hipnose da UNIFESP, Universidade Federal do Estado de São Paulo
Foi presidente da Sociedade Brasileira de Hipnose Clínica e Dinâmica. Atua também como consultor empresarial na área comportamental e comunicacional, ministra cursos e palestras em empresas, faculdades escolas, etc.
www.verea.com.br
11 5051 2055


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Disfunção Sexual causada pela depressão




A Disfunção Sexual atinge, no Brasil, 51% das mulheres, a Depressão, é tratada como um gatilho, um dos mais importantes fatores de risco para as dificuldades sexuais, é responsável por boa parte dos casos, causando desinteresse pela atividade sexual, consequentemente comprometendo o desejo, além da incapacidade de sentir prazer, próprio do estado depressivo. Sem desejo, o ciclo do desempenho sexual fica impedido, já no seu início. Sem vocação pra o prazer e sem o desejo, as fantasias sexuais não ocorrem e os estímulos não se efetivam. Não havendo desejo, a atividade sexual é pouca ou ausente, comprometendo o relacionamento como um todo e repercutindo em outras áreas da vida do casal. Para o desempenho sexual há necessidade estar emocionalmente bem. Disfunção Sexual é a incapacidade de participar do ato sexual com satisfação, devido à dor relacionada ao ato ou ao impedimento em uma ou mais fases do ciclo da resposta sexual Pode se manifestar como uma diminuição da libido ou como uma alteração da excitação. Neste último caso entraria em jogo a inibição da sensação genital, a disfunção erétil, falta de lubrificação, ejaculação precoce ou retardada. Ainda faz parte do quadro de Disfunção Sexual os casos de retardo ou ausência do orgasmo, a dor durante, antes ou depois do ato sexual. A pessoa deprimida pode não ter necessariamente dificuldade em "funcionar" ou em "chegar lá", mas a falta de ânimo, interesse e disposição até para pensar no assunto. Isso aumenta ainda mais a angústia porque a pessoa não consegue corresponder ao apetite de seu par. Assim, muitas vezes, apesar dos possíveis efeitos dos antidepressivos sobre a sexualidade, o restabelecimento do prazer e do ânimo produzidos pelo desaparecimento da Depressão restabelecem totalmente a função sexual. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Psiquiatria, Espiritualidade e Regressão

No programa de hoje, o médico psiquiatra Leonard Verea comenta sobre a interessante relação da psiquiatria com a espiritualidade e o uso da regressão à vidas passadas nos tratamentos com hipnose.

Clique na imagem para assistir 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ansiedade





Entrar por um caminho estreito, prejudicar soluções, colocar-se em uma gaiola: isso é Ansiedade.
 “Não aguento mais”...é uma das frases mais faladas por quase 30 % da população. Todos somos um pouco estressados ! Mas não é difícil mudar os rumos da nossa vida, é suficiente uma mudança na forma de pensar e de viver as situações que nos envolvem.

É normal na vida querer subir, fazer carreira, progredir, mas muitas vezes as pessoas não percebem o que deixam para tras, para conseguir isso: tudo parece evoluir muito bem, mas sem uma estrutura firme e bem alicerceada, de repente a pessoa acorda ansiosa, cheio de medos, inseguro, inquieto, agitado, repetindo a fala “não aguento mais”, sem saber a quem recorrer e como resolver.

Uma das falhas mais evidentes nesse processo evolutivo e desgastante a perda da Criatividade por parte do individuo. Se a criatividade se apaga, se se afasta da nossa vida, nenhum sucesso profissional pode nos compensar. Se não exerce a criatividade, o cérebro se torna árido e todos os males começam por ai. A pessoa se torna unilateral, vivendo somente casa, trabalho, sucesso e resultados a alcançar , esquecendo-se dos hobbies e das diversões que gostava anteriormente. Isso acontece, quando ha um desequilíbrio na nossa mente, entre o nosso desejado inconsciente e o possuído real. A maior parte dos pacientes que sofre de ansiedade, quando indagados, relatam que perderam as paixões por algo gostoso e bom na vida antes do problema: por isso estão tão mal. Entraram por um caminho estreito. A ansiedade aparece para ajuda-los, aparece do mais profundo do inconsciente para avisar para não deixar de lado a própria essência, a afetividade que é a base da vida.

Muitas vezes quando se aproxima a data de um vencimento, como uma prova, um exame, casamento, as crises de ansiedade  são cada vez mais intensas e frequentes, as vezes se transformando em ataques de Pânico. Isso acontece quando por mais que a nível consciente, lógico e racional saibamos que aquela situação é a certa, percebemos que algo dentro de nos, inexplicável, não está de acordo...dando espaço a uma profunda inquietude. Quanto mais forte a convicção, mais forte a inquietude, quanto mais se pensa no evento, mais intensos os sintomas: os pensamentos levam sempre a gaiolas, das quais fica cada vez mais difícil sair. Por exemplo no caso da paciente XXXX, quando pensava no casamento dela, pensava que era a coisa certa a fazer, que não poderia cancela-lo; o que iriam pensar os convidados, seus pais, os amigos? Quando chegava a consulta, em estado hipnótico, a levava a imaginar...imaginar. E ela conseguia visualizar a si mesma feliz, com o vestido de noiva, mas com ...um outro homem. O anterior a esse, do qual gostava tanto... Durante uma sessão me disse que não tinha a menor atração pelo homem com o qual iria casar-se, era atraída pelo outro... A ansiedade a salvou: a lembrou que podemos escorregar e estragar nossa existência, para seguir modelos externos e atender as convenções, que são um grande estreitamento para a alma. Não se casou e teve alta.
Precisamos seguir a nossa intuição, deixar a energia se manifestar de dentro para fora, ouvir a voz da nossa consciência.

Muitas pessoas sofrem por antecipação, vivem a sensação do “medo de ter medo “, pondo em ato um processo que chamamos de evitação: por medo de viver uma crise de ansiedade ou de pânico, a pessoa limita cada vez mais o próprio raio de ação, evitando todas aquelas situações que considera a risco. Desenvolve assim o medo de ter medo: isso não ajuda a diminuir os sintomas, mas pelo contrario, cria outros. Muitos dizem que, vivendo trancados em casa, acabam por ser vitimas de pensamentos obsessivos intoleráveis, como o desejo de machucar as pessoas mais próximas ou a sí mesmo, desenvolvendo assim o medo dos próprios pensamentos.

No ser humano todas as situações consideradas “perigosas” são acompanhadas por respostas fisiológicas bem precisas, como o aumento do batimento cardíaco ou da sudorese, e por respostas psicológicas, como focar a atenção sobre a fonte do perigo ou a tendência a fugir. A ansiedade nada mais é, do que o conjunto desses mecanismos. A síndrome ansiosa possuí uma forte base biológica, desenvolvida durante o processo evolutivo, que permitiu ao gênero humano enfrentar as situações arriscadas para a sua sobrevivência. A ansiedade patológica surge no momento no qual esse nosso sistema de defesa se ativa na ausência de um perigo real. Isso pode acontecer porque os neurotransmissores entram em ação mesmo em caso de leves tensões, ou porque o cérebro erra e considera como arriscados sintomas mais inócuos. As ultimas pesquisas identificaram numa especifica área do cérebro, o “locus coeruleus “ a sede dos processos ansiosos: é nessa área que é regulada a atividade de alguns hormônios e neurotransmissores capazes de aumentar ou inibir a excitabilidade do sistema nervoso e o seu nível de reatividade.

Como vimos acima, a ansiedade não é uma doença por si só, mas muito mais um sintoma ligado a varias patologias de natureza fisiológica ou psicológica. Pela medicina, existem algumas patologias que caracterizam os “Distúrbios da Ansiedade”: as Fobias, o transtorno do Pânico, o transtorno da Ansiedade generalizada, o transtorno Obsessivo Compulsivo, O transtorno pós-traumático de estresse e o transtorno agudo de estresse. Trata-se de situações que tem uma raiz em comum mas que se desenvolvem com dinâmicas muito diferentes entre sí. As fobias são desencadeadas por um medo sem razão e muito intenso para com um objeto bem especifico. O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno da ansiedade no qual a mente é invadida por pensamentos persistentes e incontroláveis, ou quando a pessoa é levada de forma irresistível a repetir continuamente certos atos. A ansiedade ligada ao estresse, é provocada por ter vivido uma evento ou um conjunto de situações especificamente estressantes ou traumáticos que mantem seus efeitos mesmo apos terem acabado. O transtorno da ansiedade generalizada e o transtorno do pânico são as formas mais comuns dentre as patologias ligadas a ansiedade e são também as formas mais ligadas ao estilo de vida ocidental.

A seguir algumas dicas praticas para vencer a ansiedade  e o estresse da vida cotidiana, utilizando recurso da imaginação para mudar as perspectivas e iniciar a ver as coisas de forma diferente.
Você está estressado porque olha somente para o lado mais negativo das coisas. 

O erro está em dedicar toda a atenção somente aos problemas , as coisas que não vão bem e em como corrigi-las. O que acontece dessa forma? Que as amplifica e tira espaço daquilo que te faz bem. 

Se conseguir desviar e mudar o foco, vai conseguir mudar tudo.

Ao invés de procurar soluções mais ou menos distantes, experimente “estar aqui”, sem se cobrar algo. Olhe ao seu redor. A mente vai se libertar e vai começar a perceber muitas pequenas mudanças, muitas surpresas. São faíscas que reacendem forças que nem imaginava possuir.
Experimente se questionar: o que não estou conseguindo expressar?

Você é realmente você mesmo somente nas coisas que consegue de forma natural. A partir dai, a medida que conseguir dar mais importância as suas intuições, as suas ideias, as suas iniciativas, a sua vida, vai conseguir afastar o cansaço e a ansiedade.

Solte a sua imaginação se deixando levar por ela. 

Uma força desconhecida e incontrolável o criou, o moldou e o desenvolveu. O problema é que você a colocou de lado: use as imagens e a sua capacidade em se deixar levar para deixa-la voltar a ser protagonista e reencontrar a felicidade.