segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Esclarecimentos sobre depressão









A depressão se apresenta como uma falta de gosto pela vida, como um transtorno afetivo e do humor. O indivíduo depressivo normalmente tem uma visão distorcida da realidade e não consegue perceber um futuro que seja prazeroso. Apresenta apatia frente aos diferentes estímulos que a vida lhe apresenta.







A depressão é uma alteração no pensamento, uma quebra de raciocínios que antes seguiam uma linha e que agora mediante a este novo estado, começa a pensar e sentir de uma forma até mesmo incoerente. Perdendo um pouco o próprio sentido da vida, suas motivações e objetivos enquanto Ser Humano.







Este transtorno não é apenas psíquico, também é físico na medida que há uma baixa na produção de serotonina, o hormônio que proporciona as sensações de prazer no corpo, sendo as vezes necessário medicamentos. Isso acontece na medida em que métodos de psicoterapia não são suficientes ou ter procurado um profissional depois de um certo tempo do sintoma se manifestar.







A hipnose, possibilita diferentes articulações do pensar, o que pode proporcionar mudanças específicas, onde o indivíduo ao vir pensando de uma certa forma, um pensamento viciado, ou mesmo contagiado pelo problema da depressão, pode modificá-lo. O paciente precisa ver transformada suas formas de perceber a si mesmo, o mundo e seu próprio futuro; Do negativo para o positivo. Com a hipnose, é possível coloca-lo em diferentes situações no presente e futuro, onde possa se imaginar já com uma nova realidade. Ver-se em diferentes situações: em casa, com familiares, amigos, no trabalho, na rua ou no clube. O interessante é cobrir o máximo de possibilidades onde o paciente possa se ver nas mudanças de hábitos, pensamentos, comportamentos e nas suas diferentes interações humanas.







Na hipnose, também tem-se a possibilidade do transe, que é um pensamento direcionado, este proporcionará com ainda maior facilidade a mudança. Desta forma, pode-se ajudar o paciente a reaprender ou mesmo aprender novas formas de reagir frente aos diferentes estímulos, que até então eram de apatia. Como mais gosto, mais prazer, voltando à sua vida normal, conquistando um viver mais equilibrado







Estudos demonstram que a depressão entre as mulheres é mais freqüente que nos homens. A que fator o senhor explica este fenômeno?
Dr. Leonard: A maioria das pesquisas indica que 60% das pessoas com depressão são mulheres, porém, apesar das mulheres tentarem mais suicidios, os homens depressivos conseguem, mais do que as mulheres, a concretizar o fato... Acredito que os aspectos culturais que influenciaram as gerações anteriores aos anos 80, tenham reflexos importantes ainda hoje. Apesar da presença feminina na vida ativa da sociedade ser cada vez mais influente, existem ainda casos de cidadãos educados pelos princípios de que a mulher deve ficar em casa e cuidar dos filhos. com toda a tecnologia à disposição de todos nós... A mulher que fica com muito tempo ocioso tem a sensação de impotência e essa depressão, mais as alterações hormonais que acontecem com a mulher na fase reprodutiva, são responsáveis pelo agravamento do problema no sexo feminino

Como as pessoas podem detectar indícios de depressão para procurar um psiquiatra? Há faixa etária em que a doença se manifesta mais freqüente?
Dr. Leonard: .A depressão geralmente se manifesta entre 15 e 24 anos. Podemos detectar indícios de depressão em muitas situações, sendo que as mais comuns e importantes são quando as pessoas começam a viver sem ter desejo, nem motivação para "fazer' e/ou "ser"; quando a pessoa deixa de se cuidar, tanto no aspecto fisico, como no aspecto cultural (p/ex. lendo jornais, se atualizando), quando não consegue por para fora de forma natural toda a tensão acumulada e começa a utilizar "artificios"

Você acredita que ainda há um estigma em relação à depressão? Por quê?
Dr. Leonard:
O termo depressão se popularizou e as pessoas nomeiam muitos problemas como sendo depressão e muitas vezes isso não é verdadeiro. Diante disso, acredito que tenham criado um estigma para a depressão.

Há vários tipos de depressão? O que diferencia a depressão tradicional ou depressão maior da depressão dita menor, o transtorno distímico?
Dr. Leonard:
A depressão maior se caracteriza por episódios depressivos recorrentes que às vezes podem ocorrer uma vez na vida; a doença distímica é uma depressão crônica, de baixo grau de intensidade, permanente, com inicio precoce antes ou durante a adolescência.... Clinicamente, a depressão acontece quando há uma diminuição na quantidade dos neurotransmissores liberados e o sistema nervoso funciona como se estivesse com menos energia. Os neurotransmissores são responsáveis pelas trocas de informações do sistema nervoso central.... A depressão é considerada uma doença de origem psicossomática com sintomas fisicos evidentes, ligados a causas e a efeitos.

E o bipolar?
Dr. Leonard: Trata-se de outro quadro, caracterizado por transtorno da realidade, do humor, onde os episódios de mania se alternam com episódios de profunda depressão.

Uma pessoa obsessiva-compulsiva é deprimida? Trata-se de uma forma de manifestação da depressão?
Dr. Leonard: O transtorno obsessivo-compulsivo é um transtorno da personalidade caracterizado por idéias e comportamentos recorrentes e repetitivos. O paciente percebe que estas idéias e comportamentos estão errados, mas não consegue evitá-los, assim como não tem nenhum prazer no cumprimento destes rituais, que aumentam muito o nível de ansiedade a medida que tenta evitá-los.

Quais os tratamentos recentes utilizados para a depressão? Há casos de cura? Ou melhor, pode-se falar em cura?
Dr. Leonard: Sim. Hoje existem remédios que ajudam no tratamento, mas associar ao tratamento a terapia é muito bom, porque as pessoas encontram na terapia o verdadeiro "porquê" da sua depressão e aprendem a enfrentar o problema, com mais calma e segurança. A cura é possível sim.

O senhor acredita que a depressão pode ser tratada com a medicina alternativa? Em caso positivo, em que casos e quais os métodos? Acupuntura? Homeopatia?
Dr. Leonard: Todos os tratamentos são válidos quando ajudam o paciente a melhorar a sua qualidade de vida, trabalhando tanto as causas do problema, quanto os efeitos. Mas é importante que o paciente se identifique com o tratamento e com o medico ou psicólogo que vai tratá-lo, sem esta empatia o tratamento não tem muita validade.

A depressão é uma doença transmitida pelos genes de antecedentes? Ou se trata de uma doença contemporânea, ou seja, o meio adoece o indivíduo?
Dr. Leonard: O ritmo alucinante no qual o "homem moderno e civilizado" vive hoje sem dúvida contribui para adoecer o individuo, que perde naturalidade e capacidade de resposta aos estímulos. O aspecto hereditário é um fator predisponente bem especifico, e a transmissão pode ser ligada a alterações genéticas; o quadro depressivo é muito somático.


O senhor tem conhecimento dos dados estatísticos a respeito da percentagem de deprimidos pelo mundo? Como está o Brasil nesse quadro?
Dr. Leonard: 8% das pessoas adultas sofrem de depressão em todo o mundo e aproximadamente 15% vão sofrer de depressão em alguma fase da vida. Os números são válidos para o Brasil também.



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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ansiedade, depressão ou doença bipolar? Como identificar?






À primeira vista os sintomas da ansiedade, depressão e transtorno bipolar (TB) podem até ser confundidos entre si, mas apesar de parecerem semelhantes são bem diferentes. “Um pouco de ansiedade faz parte da vida, mas passa a ser um problema quando toma conta do indivíduo sem motivo aparente interferindo em sua vida, no trabalho e até mesmo no lazer. É importante entender o que está acontecendo com a pessoa.

Caso não seja demasiada, a ansiedade pode ser boa, já que as incertezas nos impulsionam a viver e produzir. “Porém, em excesso, pode ser paralisante, impedindo que a pessoa reaja ou faça coisas simples, como dirigir ou andar de elevador, apenas pelo desconforto que causarão.

Quando o assunto é depressão, engana-se quem acredita que a doença deixa suas marcas apenas no humor do paciente. Os sintomas vão muito além da tristeza e podem impactar física e emocionalmente e até causar alterações na funcionalidade da pessoa acometida. Dores no corpo, tristeza profunda, ansiedade e a perda de interesse em fazer coisas que antes eram prazerosas são só alguns dos sintomas. A falta de percepção desses sinais dados pelo organismo ou a insistência em interpretá-los como “normais” ou “passageiros” pode mascarar a depressão atrasando seu diagnóstico e prejudicando seu controle.

Caracterizado pelas oscilações repentinas de humor, com episódios de depressão e mania, que podem ser concomitantes, parece simples identificar o transtorno bipolar, mas seu diagnóstico pode demorar a vir se os sintomas apresentados pelo portador forem brandos e a família tolerante a eles. Alguns pacientes mostram-se na maior parte do tempo depressivos, sem estímulos para levantar da cama ou trabalhar, por exemplo.

Muitas vezes, por questões sociais, esse indivíduo leva muito tempo para procurar ajuda, podendo ser visto até mesmo como preguiçoso, quando na verdade está sofrendo com o transtorno. Quando o paciente fica maníaco, os sintomas se tornam mais intensos e o diagnóstico tende a ser mais rápido. O histórico familiar também ajuda na hora de identificar a doença, pois quanto mais casos na família maiores são as chances de um membro desenvolvê-la.

O ideal é procurar ajuda de um especialista quando suspeitar que algum destes males possa acometer você ou um membro de sua família. Afinal, a confusão de sintomas e o atraso de um diagnóstico correto podem comprometer o tratamento e a saúde do paciente. Veja quais os sintomas mais comuns de cada enfermidade:

 Ansiedade
·         Agitação
·         Medo ou preocupação exagerada
·         Dores nas costas e contrações musculares
·         Mudanças repentinas na temperatura do corpo
·         Dificuldades de locomoção ou excesso de energia
·         Palpitações
·         Suor excessivo

Depressão
·       Humor deprimido
·         Agitação ou lentificação dos movimentos
·         Insônia ou muita sonolência
·         Ansiedade
·         Falta de concentração
·         Dificuldade de tomar decisões
·         Fadiga diária
·         Dores no corpo
·         Alterações no peso e apetite
·         Perda de interesse em fazer coisas que antes eram motivo de prazer

Transtorno Bipolar
   ·      Oscilações de humor repentinas – crises alternadas de euforia e depressão, podendo ser concomitantes
  ·       Diminuição da capacidade de avaliação e senso crítico

Fase maníaca:
·         Diminuição do sono
·         Euforia e hiperatividade
·         Fala exagerada
·         Exacerbação da sexualidade
·         Irritabilidade e agressividade
·         Incapacidade de controlar adequadamente os impulsos
·         Aceleração do pensamento e distração elevada

 Fase depressiva:
 ·         Pessimismo
·         Baixa autoestima
·         Dificuldade de concentração
·         Aumento do sono
·         Tristeza
·         Fadiga excessiva e desânimo
·         Diminuição da libido

Assim como as doenças, seus tratamentos são diferentes. Procurar ajuda médica é essencial quando esses sintomas surgem e incomodam por mais de duas semanas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Causas de Estresse no Trabalho





- Muitas pessoas dizem que estão estressadas com o trabalho, mas como podemos definir o que as pessoas chamam de “estresse” nessas situações? Ele sempre é um quadro de estresse propriamente dito?
Nem sempre, muitas vezes é confundido com cansaço. O estresse não é propriamente uma doença e sim, um estado do organismo quando submetido ao esforço e à tensão. Numa situação estressante, o corpo sofre reações químicas normais que preparam o organismo para enfrentar a situação. O prejuízo entretanto acontece, quando as situações  estressantes são contínuas e o organismo começa a sofrer com as constantes reações químicas que se sucedem, sem que haja tempo para a eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o  descanso e recuperação física e emocional. Exatamente por não ser uma doença propriamente, os sintomas do estresse são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes. Podem ir desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, a dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico.


- Quando essa pressão do trabalho pode evoluir para alguma síndrome mais grave? Quais são esses quadros clínicos?
R. Para começar é preciso identificar os sinais, se demonstra sinais de cansaço constante, dores musculares, dores de cabeça e resfriados, além da pressão alterada. Problemas gastrointestinais, distúrbio do sono ou qualquer distúrbio ou incômodo que persista por um período mais longo do que quatro a cinco dias.
Atenção também ao estado mental e emocional. Como está o nível de tolerância, ânimo e atenção. Irritabilidade, desânimo, falta de concentração. O estresse pode ser desencadeado por grandes e pontuais motivos, como também por inúmeros e pequenos motivos que vão se acumulando, sem que possamos perceber quando teve início. Mas o mais comum é apresentar um cansaço maior que o habitual, irritação aos mínimos motivos, dificuldade de relacionamento no trabalho e em casa, cefaleia, taquicardia, sudorese e desânimo para as atividades do dia a dia. Os sintomas podem aparecer de maneira aguda, em crises, ou crônica.


- Mas o chefe ou o empregador são sempre os culpados por essas situações? Ou muitas vezes a fonte do estresse pode ser o próprio funcionário?
R. A cobrança de chefes, colegas e do próprio mercado estão entre as principais causas de tanta tensão. As pessoas ultimamente têm tentado ser politicamente corretas e eu acho isso muito errado. Às vezes você deixa de falar uma coisa que te incomoda em um colega só porque trabalha com ele. Isso é errado. Não é para sair brigando, mas sim para descobrir uma maneira de se colocar para essa pessoa. Os resultados começam a ser sentidos na pele de quem não consegue controlar a ansiedade e irritabilidade. Distúrbios de ansiedade, pânico, depressão, são algumas das doenças que atingem essas pessoas. Quando você não encontra uma maneira de colocar o que te incomoda para fora, seu corpo encontra ela por você. Bruxismo, dor nas articulações, tudo isso são maneiras que seu corpo encontra de te falar: 'pare e reveja', porque você está fazendo alguma coisa errado.


- De que forma o ambiente de trabalho pode ocasionar esses quadros de cansaço ou estresse?
R. Passamos, às vezes, mais tempo no trabalho do que em casa, o importante é fazer esse momento ser, pelo menos, em algum momento prazeroso. Saber lidar com as dificuldades e com a pressão é uma boa forma de melhorar esse relacionamento.


- Ambientes muito competitivos são os únicos vilões? Ou existem outras características do ambiente de trabalho que podem ser prejudiciais ao desempenho e contentamento do funcionário, levando-o ao estresse?
R. Apesar de existirem profissões mais propensas a serem afetadas pelo mal, como bombeiros, médicos e atendentes de telemarketing, qualquer profissional pode estar propenso a sofrer com o estresse. As reações acontecem quando as demandas são maiores do que o sujeito suporta. Cada indivíduo possui um limiar, por isto a importância da organização conhecer o seu funcionário. Mais que a empresa, é fundamental que cada pessoa conheça e respeite seus próprios limites e preze por seu bem estar.


- Empresas que demandam demais, mas não dão reconhecimento ao trabalho dos funcionários também podem gerar um quadro de cansaço e estresse em longo prazo? Por quê?
R. Sem dúvidas, especialmente por conta da cobrança e pela falta de reconhecimento. Não é apenas financeiro, cada empresa possui a sua estratégia de retenção de talentos. Algumas oferecem planos de benefícios e bônus no trabalho, planos de carreira e programas de desenvolvimento individual. Outras optam por motivar seus funcionários com um clima organizacional agradável e bom relacionamento entre chefe, subordinados e colegas. Todas essas ações são eficientes, porém não são suficientes para manter um funcionário realmente motivado e realizado com o trabalho que faz. Mesmo havendo inúmeros benefícios e ótimo relacionamento entre a equipe, se o funcionário não for reconhecido pelo trabalho que faz, ele não será motivado para melhorar (ainda mais) seu desempenho, se aprofundar nos assuntos profissionais ou buscar novos conhecimentos. Reconhecimento e valorização estão relacionados com autoestima. Um profissional que não é valorizado pelo seu trabalho, não recebe um elogio, um feedback positivo ou qualquer tipo de reconhecimento profissional, provavelmente, após certo período de tempo na empresa, sofrerá uma perda na motivação. Isso fará também seu trabalho perder qualidade e até mesmo o interesse pela profissão diminuir.


- Por outro lado, um funcionário que tem uma atitude muito competitiva perante aos colegas (sempre querendo fazer mais do que os outros) também pode acabar se estressando? Como? Dá para reverter isso?
R. Sim, ele se cobra demais. Quem se cobra muito, se frustra muito. O resultado, porém, não é uma rotina repleta de satisfações, mas uma lembrança permanente de um cotidiano sem fim e um sentimento de culpa por (claro!) não conseguirem dar conta daquilo que, num delírio feminino coletivo, “teriam” que completar. Todos os dias. O desafio pra todas é achar o equilíbrio entre o que gosta e o que precisa. Mesmo com o dia tomado de atividades, precisamos nos prende ao que ainda não conseguimos encaixar na agenda já lotada. A melhor caracterização da mulher moderna é a mulher elástica. A culpa faz parte, mas, se tivermos claro que a cultura é assim, e não nós, já lidaremos com isso de outra forma. É importante que esse sentimento, de não conseguir ser a mulher elástica, não seja profundo e angustiante. Precisamos aprender a dizer ‘ou’ em vez de ‘e’. Escolher não faz de ninguém uma pessoa pior.


- Não saber organizar seu computador, mesa ou outros lugares em que se possa armazenar informações também pode ser uma fonte de estresse? Como reverter isso?
R. Nem sempre, isso é muito pessoal. Tem pessoas que gostam de um ambiente mais desorganizado. É claro que um ambiente organizado ajuda o cérebro a se concentrar, mas não é uma regra.


- E não saber organizar as próprias tarefas pode também agravar o estresse do funcionário? Como ele deve lidar com demandas de diversas tarefas, para não se desgastar?
R. Sim, a organização ajuda a ter um dia de trabalho mais produtivo, fazer check list e preparar a agenda no dia anterior, ajuda a otimizar o dia seguinte. Mas é preciso seguir e cumprir a lista.

- O quão importante é a adequação do funcionário com os valores da empresa e sua paixão pelo que faz, em suma, a motivação em trabalhar, para que ele esteja mais feliz e menos estressado no ambiente de trabalho?
R. Sim, quem faz o que gosta já tem uma motivação diária.

- É possível recuperar essa motivação com o trabalho? Ou, uma vez que ela tenha sido perdida, o jeito é repensar sua própria carreira?
R. Uma das manifestações mais comuns do Stress mental é a pessoa começar a ter duvidas quanto a sua capacidade de ser útil a sociedade, a família, aos amigos, a capacidade de ser competente. A sensação de passividade, o pessimismo, a desestima, são alguns dos sintomas mais comuns nesses pacientes, fatores que entram na vida da pessoa, levando-a se esvaziar de todas as energias físicas e emocionais, vivendo a vida como algo negativo sem conseguir se reerguer dos abismos do medo e da ansiedade. O stress mental leva a desenvolver uma grande variedade de distúrbios psicológicos, entre os quais a confusão mental e a incapacidade do individuo em pensar com lucidez e clareza, prejudicando assim a capacidade de seu poder decisional, o equilíbrio dos seus sentimentos e a forma de como vai se relacionando com os outros.  A pessoa vitima do Stress mental, geralmente não percebe o seu problema, até conseguir prejudicar um bom numero de relacionamentos com os outros. A partir daí, se não buscar ajuda., começa um processo de alienação de todos e de tudo, cuja consequência é o afastamento.


- Conversar com o RH sobre isso pode ser uma solução? Como abordar essa questão sem se “queimar”?
R. Colocar para fora, é sempre a melhor opção. Falar sempre com propriedade e apontar os motivos é uma boa forma de tocar no assunto.

- Problemas pessoais (sejam econômicos, familiares, amorosos ou de saúde) também podem aumentar e até se confundir com o estresse no trabalho? Como reconhecer que essa fonte de estresse na verdade é de fonte externa?
R. Sem dúvidas, nós precisamos dividir o nosso tempo em quatro momentos fundamentais: um tempo para o trabalho, um tempo para a família, um tempo para o lazer e um tempo para o EU. A maior parte das pessoas não conseguem esse tempo para o EU e confundem, misturam o tempo da família com o lazer. Vivem somente para o trabalho e para a família. Assim o Stress mental entra de forma sutil e imperceptível: quando você percebe, já foi vitima.
Reduzir as fontes geradoras de stress, aproveitar para dedicar um pouco mais de tempo para si mesmo, talvez desenvolvendo alguma atividade física, se interessar por alguma atividade que se torne um hobby, tentar ficar longe dos problemas, seja dos físicos, que dos psicológicos para poder se reestabelecer e recuperar o próprio equilíbrio, são dicas valiosas, porem o certo, é ter o acompanhamento e a orientação de um profissional competente que possa ajuda-lo a se reequilibrar e voltar a vida.

- Li também que um ambiente de trabalho não ergonômico (com cadeira, computador, iluminação e etc. desregulados) pode ser prejudicial para a saúde mental do funcionário? Isso pode aumentar o estresse no trabalho?
R. Qualidade de vida e estresse estão intimamente relacionados, portanto todas as ações capazes de atenuar o estresse são ações que melhoram a sua qualidade de vida. Em mais diversos ambientes, principalmente no trabalho, podemos enfrentar diariamente situações de grandes conflitos e que, por isso, nos exigem importantes percepções e consequentemente adaptações constantes. Daí a importância da ergonomia no controle do estresse. Nosso organismo reage e responde a esses variados estímulos que podem representar as situações ameaçadoras de estresse que enfrentamos, e por isso, naturalmente ficamos em frequente "estado de alerta", tentando estar sempre nos adaptando às novas exigências, enfim, nos superarmos a cada dia.